domingo, 18 de julho de 2010

Ilumina-te

 "Hoje vou optar por falar de algo não menos interessante, algo infrequente. Não te quero tirar nem um fragmento da tua liberdade e unicidade. Vou apenas admirar outro ser e todas as minhas reflexões serão resultado dessa perscrutação, a janela para o teu mundo estava aberta e eu espreitei.

Não entrei, só observei de fora com cuidado, estava escuro, no início afligi-me, não com o que vi, mas com a falta de luz, ainda assim adivinhava-se a ornamentação, havia resquícios de requinte, mas não pude deixar de imaginar aquele lugar com luz, seria uma verdadeira obra-prima, concebida meticulosamente para ser divina, em harmonia plena com Universo tinha sido ali inscrita. Pensei…muito provavelmente foste uma estrela muito brilhante, das mais brilhantes da galáxia, essa estrela, um dia, deu origem a uma supernova que manteve a galáxia iluminada durante anos, mas bruscamente progrediu para um buraco-negro supermassivo, soturno, frio, abismal, que consome as forças de quem se aproxima e lhe suga a alma inocentemente. Aparentemente não há nada que sobreviva a um buraco-negro, ninguém acredita que seja possível pôr fim a um buraco-negro ou pelo menos enfrentar a singularidade gravitacional, aquela gravidade infinita, quem se transforma num, assim será para sempre e arrastará as estrelas à sua volta, é um futuro matematicamente determinado, é o destino.

Não, não pode ser, há gente que conseguiu sair, há rumores disso, eu não acreditava até…ter entrado num buraco negro! Sim, desci mesmo ao abismo ludibriado por uma feiticeira, parecia perfeita, o seu semblante obedecia à razão áurea e tinha uma inteligência sumptuosa, ela arrastou-me com ela para o abismo, é praticamente impossível resistir à força gravítica quase infinita, as minhas forças iam-se perdendo aos poucos. Mas não, nunca perdi a esperança, nunca caí no chão desse poço medonho. Por mais profundo que estava, lutei sempre, sempre achei que no dia em que caísse, jamais me voltaria a levantar, por isso, mantive-me firme, por mais traiçoeiro e escuro que fosse o caminho, pensei na luminosidade que sempre tive, pensei no futuro. Por mais duro que fosse o segundo, ainda havia dois caminhos, esse segundo estaria sempre lá enquanto vivesse, mas seria cada vez mais difícil tomá-lo.

É o dia! Chegou a hora em que um instinto adaptativo gritou, reuni todas as forças que tinha, tive fé em mim, no Universo, tive fé em tudo o que queria ser, queria voltar a ter a minha chama, queria ver a luz, descobri que tinha o Universo na palma da mão e que era tão fácil controlá-lo afinal, basta termos fé em nós próprios, acreditarmos em nós e agirmos prontamente, temos mais poder do que pensamos, podemos controlar o mundo. O mundo que idealizamos pode ser concretizado, basta agirmos com determinação agora! e com todas as nossas forças, num momento singular de decidir se queremos viver em pleno ou morrer para sempre. E é tudo tão verdadeiramente fácil! Com um estalar de dedos, eliminei o efeito da gravidade sobre mim e comecei a voar, a VOAR! Afinal era tudo tão simples…tão incrível, tão mágico, elevei-me no ar cada vez mais alto, não tinha medo de nada, sentia um estado de êxtase, de extrema harmonia com toda a matéria-energia que existe, uma consciência cósmica, um poder divino, foi tudo não fácil. A fé em mim, no futuro que quero e em tudo o que existe, quebrou a minha interacção com uma das forças fundamentais, aliviou-me a tristeza, tirou-me o medo de voar. Abri esse meu caminho que inicialmente não passava de um esboço. Rapidamente, subi ao cimo do precipício, elevei-me tão alto nos céus que senti os raios de luz, de novo a aquecer-me a alma e iluminar-me a mente. Já tinha saudades do nosso Sol.

Hoje, já me sinto seguro para sobrevoar o abismo, a curiosidade leva-me até à sua beira, mas ainda não chegou o momento para saber se o triunfo da luz é perpétuo.

O mundo é deveras maravilhoso, mas há gente que entrou no abismo e se mantém por não ter coragem para sair ou por não saber dar valor às suas forças, outros convivem melhor com a escuridão, ganharam medo da luz, já se esqueceram de como é sentir o calor do Sol, já se esqueceram da beleza harmoniosa multicolor e vivaz que alberga o resto do Universo ou já não sabem contemplar. Mas, o seu dia pode ser hoje mesmo, todo o ser tem potencial para ser feliz. O Universo não é mau, nem bom na sua essência, esses juízos estão dentro de nós, assim como a felicidade só depende de nós. Sê feliz hoje, aprende a contemplar o Universo em que habitas, contribui para um mundo idílico, só precisas de agir já e o retorno virá mais cedo! Lembra-te que tudo o que existe, todo o espaço-tempo evoluiu para esse estado de baixa entropia que és, esse agregado de átomos e moléculas, lembra-te que és uma dádiva das pedras, das estrelas, do ar, da teia cósmica; está na hora de retribuíres ao Universo com a tua felicidade e com o teu brilho, pela obra-prima, única e especial que És."

Victor Alves

Crenças

Quanto mais uma crença se desviar da Verdade mais prejudicial ela será, tanto para o indivíduo como para o grupo social que a sustenta.

Victor Alves

terça-feira, 13 de julho de 2010

Céu «visto» nas microondas, pelo Planck



"A missão Planck mostrou as primeiras imagens de todo o céu. Com estas imagens, recebe-se não só uma nova perspectiva da forma como as estrelas e galáxias se formam, mas também recebemos informação acerca da forma como o próprio Universo ganhou vida depois do Big Bang.
(...)
Desde as partes mais próximas da Via Láctea até às mais recônditas do espaço e do tempo, a nova imagem de todo o céu do Planck é um tesouro extraordinário repleto de novos dados para os astrónomos.

O disco principal da nossa Galáxia está no centro da imagem. Mesmo ao lado estão os jactos de poeira fria acima e abaixo da Via Láctea. Esta rede galáctica é o local onde se formam as novas estrelas, e o Planck tem encontrado muitos locais em que estrelas estão prestes a nascer ou estão a começar o seu ciclo de desenvolvimento.

Menos espectacular mas talvez mais intrigante é a queda no topo e na base. Trata-se da radiação cósmica de fundo (CMBR). É a luz mais antiga do Universo, os resquícios da bola de fogo a partir da qual o nosso Universo se formou, há 13,7 mil milhões de anos.

Enquanto a Via Láctea nos mostra o aspecto actual do Universo, as microondas mostram-nos como é que ele era nos momentos iniciais da sua formação, antes de existirem estrelas ou galáxias. Aqui chegamos ao coração da missão Planck para descodificar o que aconteceu naquele universo primordial a partir do padrão da mancha da radiação de fundo.

A radiação de microondas é a impressão cósmica a partir da qual os enxames e super-enxames de galáxias se formaram. As cores diferentes representam diferenças de minutos na temperatura e densidade da matéria ao longo do céu. De algum modo estas pequenas irregularidades evoluíram para regiões mais densas que se tornaram nas galáxias de hoje.

A radiação cósmica de fundo abrange todo o céu, mas a maior parte desta está escondida pela emissão da Via Láctea. Esta interferência da Via Láctea tem de ser removida digitalmente dos dados finais de maneira a que a radiação de fundo possa ser observada por completo.

Quando este trabalho estiver completo, o Planck irá mostrar-nos a imagem mais precisa da radiação cósmica de fundo alguma vez conseguida. A grande questão será se os dados irão revelar a assinatura cósmica do período primordial chamado inflacção. Postulou-se que esta fase aconteceu imediatamente a seguir ao Big Bang e resultou numa expansão gigantesca do Universo ao longo de um curto período de tempo." Fonte: ESA

Inauguração da Biblioteca Adriano Moreira em Bragança (16 Junho 2009)

"O Presidente da República inaugurou em Bragança a Biblioteca Adriano Moreira, instalado num edifício que recolhe já dezassete mil livros doados por aquele mestre, bem como as suas condecorações e vários diplomas e vestes académicas.

A nova Biblioteca está instalada no antigo colégio dos Jesuítas, que foi totalmente recuperado, e situa-se numa área que confronta com uma praceta a que foi dado o nome do Prof. Doutor Adriano Moreira, Presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa.

O Prof. Doutor Adriano Moreira é natural de Grijó de Vale-Benfeito, concelho de Macedo de Cavaleiros. O seu espólio fica assim na terra transmontana que tanto ama e que se orgulha de ser o seu berço. O mestre, O mestre, ao agradecer a homenagem que lhe prestou o Presidente da República, sublinhou que aquele acto representa igualmente "a luta contra os políticos que são altamente responsáveis pela interioridade"."

 


Excerto do discurso do Professor Adriano Moreira:
" (...)
Naturalmente, eu fico feliz com o carinho com que receberam esta doação de uma Biblioteca, que eu fiz com modéstia suficiente e sabendo que outras pessoas deram já este exemplo, e eu quero recordar duas, uma do meu tempo de criança, outra felizmente ainda viva. O primeiro, o Abade de Baçal, que tanto contribuiu para a ciência Portuguesa, e sempre sem deixar Trás-os-Montes. E depois viva, a Graça Morais. A contribuição que ela fez e o Museu que aqui temos. E isso é um grande exemplo do carinho, da dedicação, da vontade de contribuir para o fortalecimento das instituições.
(...)
Depois, não quero demorar muito tempo, quero dizer algumas palavras sobre a nossa gente, e porque é que eu dou tanta importância a estas questões. Em primeiro lugar, nós somos de uma região que foi sempre pobre. A minha família era de gente pobre. Mas eu recordo a memória do meu avô paterno, que eu não conheci, o avô Acácio, que trabalhava num moinho, nasceu, viveu e morreu no século XIX, teve oito filhos, e nenhum era analfabeto. O meu outro avô, que também teve oito filhos, era já de um meio onde existiam professores primários, teve igualmente oito filhos. Enterrou cinco. Mas também, nenhum era analfabeto. E quando eu tomei esta decisão, foi sobretudo a pensar nessa gente, que é a que mais me lembra quando os anos passam. Eu tive a felicidade de lidar com gente ilustríssima em variadíssimos países, mas hoje quando penso nas origens lembro-me mais frequentemente, por exemplo da minha tia Ana, Está em S. Paulo, emigrante, fez 102 anos há uma semana. E ainda se lembra de Trás-os-Montes. E ainda tem o meu retrato pendurado no quarto dela.

Lembro-me também da Maria boleira, em relação à qual já tenho uma privação enorme, cada vez que eu chegava eu tinha uma bola de azeite à minha espera. Já não tenho quem me traga a bola de azeite.

Lembro-me do tio Manuel fiscal, que quando se despedia de nós, dizia sempre, “saúde ao dinheiro, que deus não pode dar tudo!” E nós íamos confortados com esse apoio. E isso, faz com que o meu espírito permanentemente tenha a imagem dos emigrantes, que sempre fomos, do meu pai emigrante para a grande cidade, para a comunidade transmontana, de Lisboa, que como sabem é uma cidade feita por subscrição nacional, não há outra razão para termos uma cidade de Lisboa como aquela, Polícia de Segurança Pública, a minha mãe a trabalhar duro, e imagino os dois, algum dia no descanso do trabalho dela, e ele também cansado, tendo decidido isto: o rapaz tem de tirar um curso superior! É notável! É notável! E reeditaram isso, a minha irmã, que está aí, ela também foi orientada para fazer, e cumpriu, o Curso de Medicina. E isto é uma demonstração da capacidade dos Transmontanos. O avô moleiro que não tinha filhos analfabetos… tantos exemplos temos nesta província. Os dois emigrantes cheios de dificuldades, dizem, há um salto a dar. O rapaz tem que fazer o curso superior, e quando ela nasceu, ela também. E realmente fez esse curso superior.

Eu encontrei comunidades de transmontanos em muitos lugares por onde andei. Mas sobretudo nos sítios onde havia comunidades de origem Portuguesa, a solidariedade deles era total. Não posso esquecer, um dia que cheguei ao colonato da Cela e aquilo que estava à minha espera eram alheiras e folar… E, dito isto, queria juntar-me àqueles que estão não apenas a teorizar o problema da interioridade, haverá aqui um debate em Bragança depois de amanhã, organizado pelo Senhor Presidente da Câmara, com a concorrência de Professores Universitários Transmontanos, que vêm cá discutir o problema, queria dizer que apoio inteiramente a solidariedade das sociedades civis transfronteiriças, como está a acontecer neste momento, nesta região, já com manifestações importantíssimas, de solidariedade dessas sociedades civis, o que implica uma enorme defesa das identidades, o que implica uma mensagem para os responsáveis, também volto ao tema do ensino, que parecem andar a tratar as humanidades com o descuido de quem repara que não tem o retorno financeiro, mas que se esquecem que não há tecido social identificador se as humanidades não forem cultivadas. Mais uma vez apelo a que se considere que é matéria de soberania, aquilo de que estamos a falar.

Para terminar, queria fazer uma lembrança, uma dedicatória a um livro meu, que talvez seja o último que vai sair. A nossa emigração ao longo dos tempos foi enorme.
Teve várias causas. Hoje foram migrações de estado, a conquista de território mobilizou as gentes para isso. A expansão, mobilizar a gente para isso. Os milhares de rapazes que saíam por ano, para isso, para essa tarefa. (...)"


 
Excerto do discurso do Sr. Presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes:

" (...)
Ao Senhor Prof. Adriano Moreira, fazemos a presente homenagem que perdurará por gerações, agradecimento extensivo à esposa e filhos, pela doação feita à região, e acolhida pelo município de Bragança num espaço de estudo e cultura. Ocupado em 1562 pelos Jesuítas como colégio, por onde passou Miguel de Cervantes e que o Duque de Bragança pretendeu transformar numa instituição de altos estudos de artes e teologia, que viesse a tornar-se numa “Universidade muito honrada”, espaço onde milhares de Brigantinos adquiriram as bases de uma sólida formação cívica que lhes permitiu, desde sempre, afirmarem a identidade e a determinação dos Transmontanos.

Reconhecemos o Prof. Adriano Moreira como um dos mais insignes representantes vivos da Identidade Transmontana, um exemplo de empenhamento cívico e patriótico, e que, na vida universitária, adquiriu o respeito e a admiração da comunidade científica nacional e internacional.

O Reitor da Universidade Católica, Prof. Manuel Braga da Cruz, refere-se a Adriano Moreira, nos seguintes termos: “o Prof. Adriano Moreira foi buscar a este povo transmontano que é o seu, as qualidades de tenacidade na decisão e capacidade de resistência na adversidade, a nobreza de espírito que fez dele uma referência respeitada por todos, admirada por muitos, geralmente identificada como um verdadeiro Senhor na vida pública portuguesa”.

Resistimos contra as agressões à interioridade, inspirando-nos nos exemplos de inteligência, verticalidade e frontalidade, dos muitos milhares de transmontanos que, ao longo de séculos, deram o seu melhor ao país. País que nas últimas décadas concentrou metade do poder de compra em cerca de 5% do território, fruto de uma cultura centralista demasiado forte, que contribuiu para as excessivas desigualdades entre cidadãos e regiões, retirou recursos ao interior, reduziu e desvalorizou a iniciativa regional e empobreceu o país.
(...)
Sentimos ser urgente dar um salto qualitativo na política regional, orientando-a para objectivos de coesão, investindo em recursos para a competitividade e inovação, numa abordagem das especificidades e competências das regiões, visando o bem-estar económico, social e ambiental. Para isso, é necessário dar voz ao interior e fazer mudanças no sistema político, nomeadamente ao nível regional e no sistema de representação parlamentar.
(...)
Mas, em que futuro poderão os cidadãos do Interior pensar, em particular os mais jovens, se não ocorrerem mudanças profundas nas políticas actuais que não dão voz e oportunidade ao interior, que acentuam o abandono do território, fragilizam a condição humana e económica, acentuam as desigualdades?
Como sempre, Senhor Presidente da República, queremos responder de forma positiva aos desafios, no âmbito de uma nova visão política, de reequilíbrio territorial da população e da economia, sustentada em razões de solidariedade nacional, dos valores ligados à identidade, à preservação do ambiente, de afirmação da competitividade e da coesão nacional.

Os Bragançanos não baixam os braços; na última década o PIB per capita subiu 20,6 pontos percentuais, a capacidade hoteleira triplicou, a economia evoluiu positivamente. Bragança tem sido referida em sentido positivo, em várias avaliações no âmbito da qualidade de vida e de gestão de algumas das suas principais instituições, e venceu este ano o prémio “Cidades de Excelência” na categoria de “Planeamento Estratégico”, promovido pelo jornal Planeamento e Cidades, com o “Plano Estratégico da Eco cidade.

Preservamos a História e a identidade de Bragança, valorizamos a História deste país, da qual Bragança escreveu importantes páginas, passando por períodos de glória, mas também de grande privação, sujeita a guerras frequentes e prolongadas.

Senhor Presidente, acreditamos no futuro do país e da região, termino agradecendo novamente a presença de Vossa Excelência, que muito nos honra, referindo-lhe que pode contar com o empenho, o querer e a valentia do povo Brigantino, que na sua bandeira ostenta a condecoração colectiva da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito."

domingo, 11 de julho de 2010

Direito de autodeterminação dos povos

    O direito à autodeterminação dos povos é o direito de um povo para decidir as suas próprias formas de governo, o seu desenvolvimento económico, social e cultural e a estruturar-se livremente, sem interferências externas e em conformidade com o princípio da igualdade.

Fonte wikipédia


Capítulo 1, Art. 1º diz que o objetivo da Carta das Nações Unidas é: "Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e auto-determinação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas para reforçar universal paz."


Artigo 1, tanto no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC). Lido tanto: "Todos os povos têm o direito de autodeterminação . Em virtude desse direito, determinam livremente sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento económico, social e cultural ".



Constituição portuguesa
Artigo 7.º

Relações internacionais

3. Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão.

sábado, 3 de julho de 2010

Félix Samuel Rodríguez de la Fuente

    Félix Samuel Rodríguez de la Fuente (Poza de la Sal, Burgos 14 de marzo de 1928 – Shaktoolik, Alaska, 14 de marzo de 1980), conocido como Félix Rodríguez de la Fuente, fue un famoso divulgador ambientalista español, pionero en el país en la defensa de la naturaleza, y realizador de documentales para radio y televisión, destacando entre ellos la exitosa e influyente serie El Hombre y la Tierra (1974-1980).[1] Licenciado en medicina y autodidacta en biología, fue un personaje polifacético de gran carisma cuya influencia ha perdurado a pesar del paso de los años.[2] Su saber abarcó campos como la cetrería[3] y la etología, destacando en el estudio y convivencia con lobos.
    Rodríguez de la Fuente ejerció además como expedicionario, guía de safaris fotográficos en África, conferenciante y escritor, además de contribuir en gran medida a la concienciación ecológica de España en una época en la que el país todavía no contaba con un movimiento de defensa de la naturaleza. Su repercusión no fue sólo a nivel nacional sino también internacional y se calcula que sus series de televisión, emitidas en numerosos países y plenamente vigentes hoy en día, han sido vistas por varios cientos de millones de personas. Murió en Alaska, Estados Unidos, junto con otros cuatro colaboradores al accidentarse la aeronave que los transportaba mientras realizaban una filmación aérea para uno de sus documentales.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Natureza e Liberdade

Optimismo

"Um pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, um optimista vê oportunidade em cada dificuldade" (Winston Churchill)

domingo, 27 de junho de 2010

Problemas globais

"A corrupção é um problema tão grave quanto o HIV ou o aquecimento global." Anónimo, África do Sul

sábado, 19 de junho de 2010

A Maior Flor do Mundo - José Saramago

Pseudo-Democracias

Até sempre Saramago!

"Deus é o silêncio do universo, e o ser humano, o grito que dá sentido a esse silêncio”

"Bem aventurados os pobres de espírito pois deles é o reino dos céus".

"O ser humano inventou Deus e depois escravizou-se a Ele"

"Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro."

"Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara."

"E se as histórias infantis fossem de leitura obrigatória para os adultos? Seríamos realmente capazes de aprender o que, desde há muito tempo, temos vindo a ensinar?"

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma."

"O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever"

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa somos nós"

"Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos."

"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo."

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar."

"Para que serve o arrependimento, se isso não muda nada do que se passou? O melhor arrependimento é, simplesmente, mudar!"

"Eu digo muitas vezes que o instinto serve melhor os animais do que a razão a nossa espécie."

"A morte serve para que possamos continuar a viver ..."

"Que seria de nós se não sonhássemos?"

"As misérias do mundo estão aí, e só há dois modos de reagir diante delas: ou entender que não se tem a culpa e, portanto, encolher os ombros e dizer que não está nas suas mãos remediá-lo — e isto é certo —, ou, melhor, assumir que, ainda quando não está nas nossas mãos resolvê-lo, devemos comportar-nos como se assim fosse."

"In memoriam
No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade."

domingo, 6 de junho de 2010

Religião - Arte - Ciência

“Todas as religiões, artes e ciências são ramos da mesma árvore. Todas elas são aspirações direccionadas ao enobrecimento da vida humana, elevando-a acima da esfera da mera existência física e conduzindo o indivíduo a um estado de maior liberdade”. Albert Einstein

sábado, 5 de junho de 2010

Preocupações...

"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons". Martin Luther King

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sonho de um mortal

“Eu sei que sou mortal e a criatura de um só dia;  mas, quando perscruto o conjunto dos círculos giratórios das estrelas, os meus pés deixam de tocar na terra e, lado a lado com o próprio Zeus, sacio-me de ambrosia, o alimento dos deuses.” Ptolomeu

domingo, 30 de maio de 2010

A morte devagar

"Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pontos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é uma doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projecto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar"

Martha Medeiros
(escritora brasileira) (adaptado para o português de Portugal)

(há uma versão que circula na net onde é erradamente atribuída a Pablo Neruda)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Gritar

   Nós mais conscienciosos para com uma visão integrada da estrutura e função dos sistemas complexos, desde a nossa casa, ao planeta, ao Universo e com  respeito para com outros seres ou fenómenos, nós que não nos refugiamos no hábito e na preguiça devíamos cuidar de transmitir a nossa mensagem a todas as pessoas, devíamos de nos organizar para nos fazermos ouvir.

Victor Alves

segunda-feira, 3 de maio de 2010

κατάσταση της έκστασης

Oligarquia

     Embora o país viva uma complicada situação economico-social não há nenhum partido que proponha a redução do vencimento dos deputados, membros do governo, administradores e gestores de empresas públicas, anda tudo caladinho em relação a isto. Já no que respeita às empresas privadas devia-se impor um limite de proporção entre o ordenado mais alto e o mais baixo numa empresa. Esse valor de proporcionalidade deveria aumentar com o tamanho e complexidade de uma empresa, que se traduz na hierarquia.  Por exemplo, se se impusesse o limite de 10 vezes mais, aquele dirigente que quisesse ganhar 10 000€ mensais teria de pagar ao empregado com menor salário 1000€ mensais, se só quisesse pagar 500€, então só poderia ganhar 5000€.
    Outro escândalo, os políticos acabam de aumentar o financiamento dos partidos em 55 vezes o valor limite actual, isto é uma vergonha, os portugueses têm de se insurgir contra esta roubalheira que está a dar cabo do país. Cada voto de um português conta com x€ para o financiamento do partido por isso é que apelam ao voto, mas quando é na assembleia da república abstêm-se por tudo e por nada. Vejam a notícia: http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/financiamento-partidos-podem-receber-mais-de-um-milhao-de-euros-em-dinheiro-vivo_1377601
 
    Não vivemos numa democracia, o poder de dedisão dos cidadãos é muito limitado. Não existem mecanismos que nos permitam ter uma participação activa na decisão. Referendos que raramente são convocados...e mais nada.
      As Iniciativas legislativas de cidadãos permitem-nos levar propostas de lei à assembleia da república, mas a decisão de aprovação passa sempre pelos deputados e é necessário que pelo menos 35 000 cidadãos a subscrevam.
     Os referendos deviam ser usados como rotina e podiam ser colocadas perguntas sobre diversos assuntos em cada referendo. A internet podia ser usada para ajudar a servir esse objectivo.

sábado, 1 de maio de 2010

Máfia Climática (2)

Será que esta gente traja de casacos de peles para sobreviver ao seu arrefecimento global que se aproxima e usa amuletos de marfim para se proteger das visões malignas dos ambientalistas!?

(Desabafos no âmbito da Conferência sobre Alterações Climáticas na Gulbenkian.)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Máfia Climática (1)

Bravo Sr. Pachauri, os mafiosos gelam com as suas palavras por isso é que não sentem o Aquecimento Global!

A propósito da conferência sobre Alterações Climáticas pelo Prof. Rajendra Pachauri, na Gulbenkian, no dia 27 Abril 2010.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ivan Illich

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Illich

Augusto Arcimis Wehrle

"El 18 de abril se cumplen cien años del fallecimiento de Augusto Arcimis Wehrle (Sevilla, 4 de Diciembre de 1844, Cádiz 18 de abril de 1910)
 Arcimis, doctor en Farmacia, se consagró al cultivo de la Astronomía y la Meteorología, ciencias en las que se había iniciado durante una larga estancia en Londres y que desarrolló como autodidacta durante muchos años. En 1888 ganó la oposición convocada para la dirección del Instituto Central Meteorológico, creado por Real Decreto de agosto de 1887. Arcimis se convirtió así en el primer director del servicio meteorológico español, la actual Agencia Estatal de Meteorología, permaneciendo en el cargo hasta su fallecimiento el 18 de abril de 1910. Ante la imposibilidad de conmemorar el centenario en esa fecha, la Agencia Estatal de Meteorología y la Asociación Meteorológica Española van a organizar un acto dedicado a Augusto Arcimis el próximo 25 de mayo en la sede central de AEMET."
Fonte AEMET

É de admirar alguém com formação académica numa área que acaba por enveredar  noutra totalmente distinta e é bem sucedido. É o triunfo da inteligência, do gosto pela novidade e pelo desconhecido, da motivação, do empenho, do trabalho, do sonho...
 O conhecimento também pode ser adquirido informalmente pela autodidaxia e o mérito ser reconhecido.

sábado, 10 de abril de 2010

Política de baixo nível...

"A penalização por não participares na política, é acabares a ser governado pelos teus inferiores", Platão

sábado, 20 de março de 2010

O impacto (in)visível das eólicas...

Potential climatic impacts and reliability of very large-scale wind farms, por C. Wang and R. G. Prinn, in Atmospheric Chemistry and Physics  - refere que os parques eóicos também podem contribuir para o aquecimento global. A outra fonte renovável que já se sabia contribuir eram as barragens pela produção de Gases de Efeito de Estufa, como metano.

Parque eólico de  Horns Rev ( na foto)


Horns Rev Wind Farm, o maior parque eólico do mundo. Fica no Mar do Norte na Dinamarca, a mais ou menos 20 km da costa e é parte do projecto de redução de poluição desse país. As turbinas deste parque eólico geram 160 MW de eletricidade desde 2002, quando foi inaugurado e tem previsão de chegar a 4000 MW em 2030, quando estiver plenamente concluído.

terça-feira, 16 de março de 2010

Liberdade e partidos políticos

Reflexões suscitadas pela proposta de acrescentar item aos estatutos de um partido político português que prevê graves sanções (suspensão da militância por dois anos ou, no limite, a expulsão) àqueles militantes que discordem publicamente da direcção do partido, principalmente nos dois meses anteriores a qualquer acto eleitoral.

As reflexões referem-se principalmente às divergências de opiniões entre magistrados e constitucionalistas quanto à constitucionalidade da norma.

Ver notícia aqui.
Jorge Miranda diz que norma é inconstitucional - ver aqui
Marcelo Rebelo de Sousa diz que a norma é constitucional - ver aqui

Às vezes fala-se das leis jurídicas como se elas não fossem elaboradas por humanos...As leis foram feitas para responder às necessidades de uma sociedade complexa no que respeita a garantir o cumprimento daquilo que é moralmente aceite, entre outros motivos. Quando as leis são imperfeitas por não conseguirem responder aos objectivos para os quais foram criadas então que se alterem. O que mais vejo neste país é a procura dessas imperfeições das leis (contorná-las) (parece que os advogados são treinados nas universidades para isso), em vez de imperarem os melhores princípios éticos e morais.
A ética e a moral deveria prevalecer sobre a lei quando esta serviu para legislar tais valores, mas não foi eficaz por ter sido afinal limitada. E deveria existir um tribunal próprio para apreciar tais situações mediante este ponto de vista.

Neste caso, só terão razão os senhores do PSD se afinal os portugueses já não tiverem a liberdade, neste caso de expressão, como um direito fundamental, ainda por cima numa instituição como um partido que representa o povo no parlamento. Isso seria o caminho para o colapso da sociedade. E assim o é para qualquer espécie. Todo o ser necessita de libertade e toda a espécie deve cooperar entre si para ser competitiva e estar adaptada afim de triunfar.

É pela diversidade de ideias que se evolui, que se encontram as melhores soluções para os problemas e surgem as melhores iniciativas para melhorar o mundo.

Um partido uníssono à custa da limpeza de quem não partilha das mesmas ideias do líder é claramente inconstitucional e deve ser banido.

Victor Alves

sábado, 13 de março de 2010

Paul Van Dyk and Orchestra in Frankfurt - Let Go



I'm falling apart...
Falling in time...

I can't get it out of me
It's breathing in side of me
It's reaching in side of you
You feeling infected
You been infected
It's just like a cold
A kiss on your lips
Now you taking control
I feel like a criminal
I'm falling apart
I'm leaving for Venice
In a getaway car
No one can save us
It's no need to try
I'm looking for savers
Holding us back

If you wanna try and save me
And take my heart and take me

If you feel you can let go let it go...
[x2]

I feel like a criminal
I'm falling apart
I'm leaving for Venice
In a getaway car
You say that you hold me
But you don't really no
You ...
...

If you wanna try and save me
And take my heart and take me
If you feel you can let go let it go...
[x2]
Let go, let go, let go, let go...

If you wanna try and save me
And take my heart and take me
If you feel you can let go let it go...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Insigne

"Se eu tive o privilégio de ver mais longe do que os outros, foi porque estava sobre os ombros de gigantes." Sir Isaac Newton

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O que ando a ler...

Afinal, o que Sabemos nós? As possibilidades infinitas de transformar a nossa realidade. por William Arntz, Betsy Chasse, Mark Vicente. Editora Sinais de Fogo. ISBN 978-989-8066-27-5

O Património Genético Português. A história humana preservada nos genes. Luísa Pereira e Filipa M. Ribeiro. Editora Gradiva. ISBN: 978-989-616-326-6

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Religião

O que li hoje algures num livro:

"Graças a Deus que não sou religioso" lol

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sou importante?!

"When you look at yourself from a universal standpoint, something inside always reminds or informs you that there are bigger and better things to worry about."


Albert Einstein, The World as I See It.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ideia!

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original." - Albert Einstein

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Modelo da Dinâmica da Espiral/Spiral Dynamics, de Chris Cowan & Don Beck

"O mundo deste início do século XXI é, mais do que nunca, plural. Um número considerável de seres humanos habita regiões cultural e socialmente distantes e diferentes das sociedades ditas industrializadas. Na própria sociedade ocidental biliões de cidadãos, ainda que mergulhados em hábitos e compor-tamentos de consumo de massa, com acesso aos mais diversos produtos e serviços, situam-se em níveis de evolução diferentes tendo do mundo e do futuro (seus e da sociedade) visões e expectativas muito diversas.
Esta miscelânia de “mundos” e de “visões e expectativas” distintas confere ao nosso planeta múltiplas dimensões e desenhos da realidade humana. O tema foi pela primeira vez abordado pelo professor de psicologia americano Clare W. Graves, nos anos 60, tendo sido posteriormente desenvolvido por Don Edward Beck e Christopher C. Cowan. Actualmente, nomes como Ken Wilber, uma das mentes mais brilhantes do nosso tempo, adoptaram o seu modelo de compreensão do mundo. Dois livros se destacam pelos seus contributos decisivos no seu esclarecimento e promoção: Spiral Dynamics, de Beck e Cowan (1996) e A Theory of Everything, de Ken Wilber (2002), publicados em Portugal respectivamente pelo Instituto Piaget e pela Editora Estrela Polar.

Baseados no trabalho pioneiro de Clare Graves, Beck e Cowan propuseram um modelo de desenvolvimento humano que, devido à sua configuração, recebeu o nome de Dinâmica da Espiral. Este modelo tem sido validado e não refutado por diferentes pesquisas. Segundo este modelo, o ser humano nasce no estádio 1 e pode evoluir até ao estádio 9 dependendo essa evolução de múltiplos factores psicológicos, culturais e sociais. Escreveu Graves: “é um processo espiralado, emergente, oscilante, marcado por uma progressiva subor-dinação de sistemas de comportamento mais antigos e de ordem inferior a sistemas mais recentes, de ordem superior, que ocorre à medida que os problemas existenciais de um indivíduo se alteram“.

A existência humana, segundo Graves, contem numerosos, provavalmente infinitos, modos de ser, enraizados precisamente nos imensos potenciais do cérebro hierarquicamente estruturado da humanidade. Mas a dinâmica humana faz com que diferentes indivíduos estejam a viver em diferentes níveis de percepção, visões do mundo e estilos de vida. Num mesmo país, numa mesma rua, encontramos indivíduos cujo estádio de desenvolvimento se distingue dos seus vizinhos, se bem que a tendência seja para se agruparem em função da partilha dos mesmos sistemas de crenças, valores e níveis de existência.

Assim, cada um dos sucessivos estádios, ondas ou níveis de existência é uma condição pela qual as pessoas passam no seu percurso rumo a estádios de existência distintos, com psicologias próprias e ajustadas a cada nível: sentimentos, motivações, ética e valores, bioquímica, grau de activação neurológica, sistema de aprendizagem, sistemas de crenças, conceito de saúde mental, conceitos e preferências relativamente a negócios, educação, economia e teoria e prática políticas (Graves,1984).

Beck e Cowan desenvolveram então o conceito de vMEME tendo como ponto de partida o termo “meme” proposto por Mihaly Csikszentmihaly em 1993. Um vMEME é um meta-meme, isto é, um princípio organizador da existência humana que actua nas nossas mentes através de crenças, estilos de vida, tendências de linguagem, normas culturais, formas de arte, expressões religiosas, modelos económicos, etc. Os vMEME codificam instruções para as nossas perspectivas do mundo, as suposições de como tudo funciona e a fundamentação lógica para as decisões que tomamos. Os vMEME representam as influências ambientais (culturais, sociais, educacionais, etc) que moldam não apenas as nossas mentes como as próprias células do cérebro. Eles circulam profundamente nos sistemas humanos e pulsam no centro das escolhas e da inteligência de cada indivíduo. São um produto da interacção do equipamento nos nossos sistemas nervosos com o ambiente e as condições de existência (onde se destacam o tempo, o lugar, os desafios e as circunstâncias) que enfrentamos.

Os vMEMES actuam a três níveis distintos: indivíduos (modelando as suas vidas e os seus valores, da sobrevivência mais básica no aldeão global até ao mais inacessível pensador); as organizações (determinando o seu sucesso ou o seu fracasso no mercado competitivo); e as sociedades (locais ou nacionais) que seguem modelos de existência dependentes de vMEMES com diferentes sentidos (democrático, conservador, etc).


O modelo da Dinâmica da Espiral foi já testado em mais de 50 mil pessoas de todo o mundo e mantem-se válido. Ele apresenta-se, graficamente, com este aspecto:


Wilber divide a espiral em dois grandes estádios: o primeiro contempla os níveis mais inferiores de desenvolvimento psicológico e onde se situa a maioria da população mundial (das nações, dos governos, das empresas); o segundo abrange os níveis mais evoluídos e contempla um número mais restricto mas psicologicamente e culturalmente poderoso.

São nove os níveis de evolução humana propostos por Ken Wilber com base no modelo inicial de Graves e conforme a predominância dos vários vMEMES:


Nível 1 (prevalece o instinto de sobrevivência, a prioridade é dada aos alimentos, ao calor, ao sexo e à segurança). Encontra-se ainda, segundo Wilber, em 0,1% da população adulta mas também se observa em todos os bebés recém-nascidos, nos sem-abrigo, nas massas de população faminta do Sudão e de outras regiões inóspitas.

Nível 2 (predomina o pensamento animista). Estão neste estádio cerca de 10% da população e pode ser encontrado nos gangs, nas “tribos” corporativas, nas populações devotadas a rituais mágicos, pactos de sangue, crenças e superstições étnicas de cariz mágico.

Nível 3 (mentalidade feudal). Encontram-se neste nível cerca de 20% da população adulta mundial e 5% do poder está nas suas mãos. Pertencem a este nível reinos feudais da Ásia muçulmana, líderes de gangs, juventude rebelde, crianças entre os 2 e os 3 anos de idade e mentalidades de fronteira (lutam sobretudo pela posse de territórios).

Nível 4 (mentalidade conservadora e corporativa). 40% da população adulta mundial vive neste nível de existência e detem 30% do poder. São exemplos a América puritana, a antiga China confucionista, o judaísmo hassídico, o fundamentalismo religioso cristão e islâmico, grupos como o Exército da Salvação, os escuteiros e ideias como o patriotismo, organizações corporativas, ordens (Malta, Maçonaria, etc).

Nível 5 (mentalidade racional-materialista). Encontra-se em 30% da população que detem 50% do poder actual. Indivíduos e sociedades altamente orientadas para os resultados: Wall Street, classes médias emergentes no mundo ocientalizado, colonialismo, indústria da moda, etc.

Nível 6 (ecológico e comunitário). Neste nível vivem cerca de 10% da população que detem 15% do poder. Sensíveis ao equilíbrio ecológico, contra as hierarquias estabelecidas, as pessoas que estão neste estádio são fortemente pluralistas, defendem o multiculturalismo e a igualdade. Encontram-se nos movimentos ecologistas, no idealismo holandês, nas organizações não-governamentais como os Médicos Sem Fronteiras, nos partidos “os verdes” da Europa, etc.

Nível 7 (integrador). Um por cento da população, com cinco por cento de poder situam-se neste nível. Defendem um mundo sem fronteiras, igualitário, transcendente, solidário. A flexibilidade, a espontaneidade e a funcionalidade têm prioridade máxima. Exemplos: a Teoria do Caos, a “nova física” de Fred Allan Wolf, ensinamentos de Deepak Chopra.

Nível 8 (holístico, visão global). Apenas 0,1% da população está neste estádio e detem 1% do poder. Crença principal: o mundo é um único organismo dinâmico, com a sua própria mente colectiva. Exemplos: o conceito de “aldeia global” de McLuhan, as ideias de Gandhi de harmonia pluralista, os ensinamentos do filósofo Ken Wilber, a “hipótese Gaia” de James Lavelock e a “noosfera” de Pierre Teilhard de Chardin. O mais brilhante filósofo da actualidade - Ken Wilber - cujos ensinamentos são um exemplo do nível 8 defende um próximo estádio, o 9º:

Nível 9: (integral e holónico). Estará lentamente a emergir em alguns (poucos) núcleos. Wilber, em A Theory of Everything defende uma nova humanidade que altere radicalmente velhos paradigmas e conflitos despertando nos indivíduos o aproveitamento integral das potencialidades humanas. O núcleo central deste “movimento para cima” situa-se no Instituto Integral (Estados Unidos) e tem atraido personalidades e investigadores de distintas disciplinas tais como David Chalmers, Howard Gardner (teorizador das Inteligências Múltiplas), John Searle (conhecido estudioso do fenómeno da consciência), o físico Ervin Lasszlo, Francisco Varela (entretanto falecido), Larry Dossey, etc.

Cada um destes níveis é influenciado por vMMES poderosos aos quais de atribuiram cores como forma de melhor identificação. Assim, temos:

Nível 1 - Bege

Nível 2 - Púrpura

Nível 3 - Vermelho

Nível 4 - Azul

Nível 5 - Laranja

Nível 6 - Verde

Nível 7 - Amarelo

Nível 8 - Turquesa

Nível 9 - Coral

INDICAÇÃO SUMÁRIA DOS CÓDIGOS DAS VISÕES DO MUNDO (vMEME)


Estratos psico-culturais

Nível Código da cor Nome popular Pensamento Manifestações culturais e expressões pessoais

Nível 8 turquesa Visão Global Holístico individualismo colectivo; espiritualidade cósmica; mudanças da Terra

Nível 7 amarelo Flexível Ecológico sistemas naturais; múltiplas realidades; conhecimento

Nível 6 verde Fraternidade Consensual igualitarismo; autenticidade; partilha; comunidade

Nível 5 laranja Esforço Estratégico materialista; consumerismo; sucesso; imagem; status; poder

Nível 4 azul Força de vontade Autoridade disciplina; tradições moralismo; regras

Nível 3 vermelho Deus do Poder Egocêntrico gratificação; conquista; acção; impulsividade

Nível 2 púrpura Espírito de parentesco Animista ritos; rituais; tabus; superstições; tribos.

Nível 1 bege Sobrevivência Instintivo alimento; água; procriação; calor; protecção.



Os vMEMES e os diferentes tipos de existência levados pela humanidade conduzem a distintas visões do mundo e do futuro. Elas podem ser vistas de forma sumária neste quadro relativamente aos pretextos para a intervenção armada e outros conflitos:


Visões do mundo ou vMEMES de conquista

e razões para envolvimento em conflitos.

Cor Forma política Motivos para intervenção armada

Bege Clãs para manter a sobrevivência tal como se pode ver no filme The Quest for Fire

Púrpura Tribos para proteger mitos, tradições ancestrais e lugares sagrados

Vermelho Impérios feudais para dominar, alargar territórios, pilhar, estabelecer novos domínios

Azul Nações antigas proteger fronteiras, a mãe-pátria, preservar modos de vida, defender causas nacionais

Laranja Estados corporativos criar novas esferas de influência ou aceder a novos recursos e mercados

Verde Comunidades de valores punir os que atentam contra a humanidade, proteger as vítimas





Graves não hesitou em afirmar que os sistemas humanos reflectem diferentes níveis de activação do nosso equipamento neurológico dinâmico, isto é, a produção química do nosso cérebro, complexos grupos de células e biliões de potenciais ligações neurológicas (Graves, 1973). Para Graves, o cérebro humano vem com um software potencial - como sistemas à espera de serem ligados - upgrades latentes.



Será então o nosso cérebro capaz de evoluir mais? Parece que sim, embora alguns neurobiólogos insistam em defender a tese que o homo sapiens sapiens atingiu os limites de evolução biológica possível. A verdade é que, desde tempos imemoriais, a mente não parou de evoluir. E este é um território imenso e ainda parcialmente utilizado. Desde o homo sapiens “survivalus”, há 150 mil anos atrás, até ao “holisticus” de há apenas 30 anos, a mente não parou de se expandir e evoluir (vertical e horizontalmente) e isso deve-se também à neuroplasticidade das redes de células nervosas (100 mil milhões em cada ser humano) e da arquitectura cognitiva.



Desde que o cérebro humano seja provido das seguintes condições, a mente constinuará a transformar-se e a progredir (Beck & Cowan, 1996):



Um conjunto amplo de instruções, provavelmente codificadas no nosso ADN, que nos equipa para despertar novos sistemas que se vêm juntar ou até mesmo substituem antigos.

As forças dinâmicas geraram-se na natureza e na criação que despoletam sistemas específicos (os sistemas cerebrais interagem para modelar a pessoa).

A capacidade do cérebro humano de albergar um número de subsistemas simultaneamente, com alguns activos e outros relativamente passivos.

Em evolução ainda? Sem dúvida que as múltiplas frentes de transformação com que nos debatemos - seja qual for o nível psicológico, cultural e espiritual de existência em que nos situemos - continuarão a exercer fortíssimas influências sobre o nosso cérebro resultando uma mente que gradualmente se modifica. Basta para tanto pensar como as crianças de hoje parecem ser mais inteligentes do que as de gerações anteriores ou observar a premência do fenómeno índigo.

A complexidade da informação que em torrentes sólidas chega aos nossos cérebros bem como a diversidade de vivências e experiências que um número crescente de pessoas recebe está a modificar as nossas vidas, as nossas mentes e as nossas ideias. O futuro, não obstante, é plural tal a diversidade de níveis de desenvolvimento, valores, crenças e conhecimentos que se observam por todo o planeta."

Retirado do Blog InFuturo: http://infofuturo.blog.com/
Site Oficial: http://www.spiraldynamics.org/

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sem tempo...

"People like us, who believe in physics, know that the distinction between past, present, and future is only a stubbornly persistent illusion." ;
"The only reason for time is so that everything doesn't happen at once." - Albert Einstein

"Time is only an illusion produced by the succession of our states of consciousness as we travel through eternal duration, and it does not exist where no consciousness exists in which the illusion can be produced; but 'lies asleep.' The present is only a mathematical line which divides that part of eternal duration which we call the future, from that part which we call the past" - H. P. Blavatsky

Dois pontos de vista ligeiramente diferentes, a mesma conclusão - O tempo é uma ilusão.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
William Ernest Henley